James P. Allison, dos Estados Unidos, e Tasuku Honjo, do Japão, foram anunciados nesta segunda-feira, 1º de outubro, como os grandes vencedores do prestigiado Nobel de Medicina de 2018 e vão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, o que equivale aproximadamente a R$ 4 milhões de reais. Os cientistas ganharam o prêmio por seus estudos paralelos sobre o combate ao câncer por meio do próprio sistema imunológico do paciente com a ação de proteínas.
Ainda que separados, ambos os imunologistas estudaram de formas diferentes a mesma maneira de combate às células cancerígenas por intermédio de duas proteínas produzidas pelos tumores – CTLA-4 e a PD-1 – que freiam o sistema imune do paciente no decorrer do tratamento. A ideia é que as drogas introduzidas na terapia deixem que as células de defesa do organismo voltem a atacar os tumores sem bloqueio. Ou seja, essas proteínas criadas pelo tumor e que impedem a ação do linfócito T – célula mais importante do sistema imunológico – não terão mais força para fazê-lo e as células poderão voltar a enfrentar os tumores.
Essa terapia imune as proteínas, – chamadas de “checkpoints”- diferentes das demais terapias tradicionais existentes, – radioterapia, cirurgia e drogas anticancerígenas – demonstra como distintas estratégias de inibição do freio do próprio sistema imunológico podem e devem ser utilizadas no tratamento do câncer e se tornar uma gigante referência para posteriores estudos e análises específicas do tema.
A Academia Sueca, responsável pelo prêmio, afirmou que os resultados obtidos foram dramáticos, com melhora a longo prazo e uma provável cura em determinados pacientes com câncer metastático, condição antes considerada intratável. Além disso, ressaltam que a descoberta dos dois laureados revolucionou a forma de gerenciamento do câncer e que é, sem dúvida, um marco nessa luta.
Apesar do crescente número de pacientes oncológicos e dos mais diversos tipos de tratamentos além desse, a cura ainda não foi encontrada. No entanto, Allison e Honjo avançaram indiscutivelmente nas pesquisas de imunoterapia e seus experimentos mostraram resultados eficazes em tratar pacientes com tumores malignos.
Esse prêmio, mesmo que só dado a esses dois estudiosos, é um grande incentivo a todos os outros pesquisadores dessa área e de tantas outras que anseiam por investimento e prestígio que, ainda hoje, infelizmente, não conseguem devido ao escasso interesse das ambiciosas indústrias farmacêuticas. Contudo, independente dessa realidade, esse progresso na medicina fornece esperança e conforto a muitos indivíduos e suas famílias que estão passando por esse diagnóstico tão difícil.
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